segunda-feira, 27 de junho de 2011


"Alguma coisa acontece no meu coração...que só quando cruza a Ipiranga com a Av. São João"

Será que Caetano tem ou teve na época que escrevera essa música uma sensação próxima a minha toda vez que chego na grande e aclamada "Sampa"? e não...não falo de fogos de artifício e muito menos de chuva de glitter e luz neon. Me desculpem os Paulistas e fanáticos pela cidade, ou até mesmo áqueles que cultivam um carinho discreto pela selva de pedras e de gente e de carros, mas, eu não me sinto bem ali. Essa minha estranheza de sentimentos pode ser originada por diversos fatores, sei lá, talvez falta de costume, talvez incompatibilidade de vibes, talvez sensação de individualidade e especificidade castrada, talvez um não gostar birrento e ponto...ou no máximo ponto e vírgula. Só sei que entre as cores, em maioria foscas e pastéis, amparadas a vidraças kilometricas, edificações exuberantes e folhas flutantes em ar cinza chumbo, eu me vejo ali desplugado do cenário meio sem nexo, meio sem funcionalidade, a um passo de correr da correria urbana e voltar para meu canto ouvindo prontamente o som do silêncio. Uma semana, creio que seja esse meu ciclo de vida na capital; Os dois primeiros dias são de hiperatividade e noite: as cores das luzes, nos postes e faróis acesos, o barulho dos motores, o comércio, casas noturnas, bares e teatros abertos 24h. A varieade está ali te dando um abraço apertado, convidando a entrar e estando a seu dispor num estalar de dedos, como não sorrir? como não vibrar? como não perder algumas calorias ? ( mesmo para quem não precise ). Os outros três dias servem até para que em um relapso de momento você se sinta parte daquela história escrita com caneta esferográfica azul comprada em uma caixa com 25 unidades na 25 de Março. Aliais, tinha que ser uma data ariana, eita lugar que não para, que não sossega e visivelmente pega fogo. No final da primeira semana, por concluir, já não me vejo refletido nos espelhos, no meu lugar esta um silhueta incógnta folheada por grandes aspas buscando uma definição assim que virar a próxima esquina sinuoza com um pízza boy apressado.
Veja bem, isso pode soar mediocridade ou falta de ambição, que fique bem claro... não o é!
Minha ambição é um pouco menos clichê do que a da maioria das pessoas, e em grande aspecto não se resume ao foco material e financeiro, por isso, passa longe de grandes metropoles, ou chega até elas, fazem um grande contorno e prosseguem mais além.
Percebi com o tempo e acredito que ainda percebo dia a dia, que o que me faz feliz genuinamente são as pessoas, e não os lugares e coisas, e essa felicidade vem da forma mais genuina, sem embalagens... de fato : simples. Percebi que na verdade não preciso de muito, mas sim de um pouco "raro" de se encontrar, seja em um município de duas quadras ou em um com quadras incontáveis.
Toda vez que visito sampa volto com essa certeza mais grifada e "negritada", essa certreza sobre minhas buscas e sobre o que me faz verdadeiramente bem na vida.
Mas alguma coisa ou outra sepre vai acontecer no meu coração toda vez que eu cruzar a Ipiranga e a Av. São João, meus olhos ficarão perplexos e minha mente vai tripudiar por alguns milésimos de sugundo, porém, nada como o que sinto por aqui dentro da minha alma, na simplicidade de meus sonhos e na honestidade conceitual das pessoas que podem me dar um abraço pela manhã.

3 comentários:

paty disse...

lindo post queridão! poesia pura =)

Paulinha Cristely disse...

Zuza querido não compartilho da sua opinião apesar de entendê-la muito bem...Amo sampa de mais e quero me mudar p lá depois q eu me formar...eu gosto de correria, loucura pois assim me sinto viva, meu coração pulsa forte e lá quero destruir aquela cidade...mas te entendo! tb não me importa o lugar mas sim as pessoas, e sampa mora pessoas q amo de mais e acho q por isso tb amo aquela cidade! e talvez pq nasci lá neh...bjão gato

Adriano disse...

Muito bom o texto! :) Passou bem os sentimentos através de cada palavra