Se render...
Num repente a janela de convicções nos abandona, e já foi tarde.
Abandone-se das amarras dos seus certos e errados, em alguns casos valores muito sólidos só nos empacam, como burros mancos. E cegos.
Abandone aqueles dois terços de águas emotivas que fazem do seu ser tao vulnerável, mas vulnere-se,abdique-se,oprima-se. Só não afogue-se.
E traga de volta aquilo que é mágico, essa mágica fugaz, ambígua passageira, cronometrada.
Numa explosão a meia luz de um quarto vazio de cores pasteis ouve-se aquela mesma musica, que traz as mesmas lembranças que ecoam nos 4 cantos do comodo surdo.Chega do mesmo, já sabemos este caminho!
E no momento climático do refrão explodem todos os momentâneos e felizes segundos, fica a dura realidade das coisas que não são tao claras, bonitas e corretas, virando a rua numa meia noite do sábado mais clichê.
Você não esta sozinho, e ao mesmo tempo completamente o está. Quem te entende de verdade?, quem sabe das nuances e encruzilhadas da sua alma? quem pode julgar ponto e virgula da essência complexa e a unicidade gritante ? Quem? Quem? Finalmente quem?
Quer saber? já foi! eu vou cuidar de mim, cuidar de quem me queira bem também.Amar-me, assim... sozinho, único, perfeito em minhas imperfeiçoes Cada fragmento, cada lagrima e sorriso, cada gota que enche o cilindro de maturidade, experiencia, profundidade e pulgas atras da orelha.
Renda-se meu amigo, renda-se a pessoa maravilhosa e unica que é. Renda-se a vida. De um ponta pé bem dado as janelas, portas, cômodos e edifícios que compõem os valores , ideais, focos e litros de emoção que nos alavancam a caminhos tortuosos e dúbios do nosso destino, de nossas metas burras, focos errôneos e distantes da simplicidade do feliz-fácil. Você não esta sozinho. Você não esta sozinho mesmo que assim se entenda.
Renda-se
Pois quando a toalha cair no chão você vai ver que tudo vale a pena. Entre 7 cosmopolitans cambaleantes e comunicativos e crises de stress numa quarta feira cinzenta. Entre decepções e gargalhadas altas e nomes completos chamados na curva de uma pista de dança Entre noitadas ferozes e sessões de filmes e jogos com um puco de batida de vinho com leite condensado. Entre a fofoca das pessoas do passado ( e como é bom falar dos outros ) e aquelas mais profundas, que surgem dum abraco, dum choro, duma entrega - ainda mais desse amigo aqui tao fechado, quase sempre - Entre a entrada e a saída de um dia. Entre uma ou uma duzia de filmes assistidos, e comentados, alugados, criticados, agregados. Entre um eu te amo e um muito obrigado.
Entre o dia 01 de Janeiro de um ano, até o ano seguinte, numa sequencia de 12 meses sem cor, que passei sem você.
Entre o arrependimento e a vontade de ter feito e não fazer. Entre a vontade carnal e o bom senso. Entre a vontade de falar tudo que pensa e o silencio massacrante. Entre conhecer pessoas e ser amigo delas.
Renda-se, mãos ao alto, vou roubar tudo aquilo que não te faz bem.
E então, depois do olho do furacão, você vai ver que tudo valeu a pena e que não existe certo e errado que definam quem você é. E que definitivamente, não vale a pena não ser feliz.
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